quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Geotecnologia como suporte às decisões e ao planejamento estratégico do negócio corporativo


Aproximar a realidade do mundo ao alcance das mãos sob um olhar analítico é um dos fatores mais importantes para os negócios hoje em dia; isso pode ser amplamente potencializado através de uma boa solução em geotecnologia.

Coletar, modelar, armazenar e analisar informações que descrevem propriedades físicas do mundo real e que são abstraídas e traduzidas em feições gráficas associadas a um posicionamento cartográfico da Terra identifica a espinha dorsal de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) bem elaborado. Mas isso não é o suficiente, é preciso muito mais! A geotecnologia deve ser convertida para resultados e esses são efetivamente obtidos quando a solução traduz de forma clara o mapeamento do negócio, reduzindo a distância entre os gestores e a informação relacionada ao espaço geográfico.


Ilustração 1
Geotecnologia integrando o mundo corporativo


Pode-se, então, obter a informação espacial para tomada de decisão em nível gerencial - decisão que representa ganhos em competitividade, produtividade e qualidade, com melhoria operacional, eficiência e redução de custos.

De acordo com o consórcio internacional Open GeoSpatial (OGC), mais de 80% das informações comerciais ou governamentais possuem algum tipo de referência espacial. Apesar disso, muitas empresas e instituições não dispõem de sistemas capazes de tratar a geoinformação, deixando de aproveitar o grande potencial que estes dados podem fornecer.

Ao identificar a geotecnologia como uma nova arma para os negócios, alguns itens devem ser previamente avaliados na escolha da melhor solução. Em primeiro plano, uma solução corporativa deve prever um modelo de dados consistente sob um banco de dados espacial centralizado. Garantida sua estabilidade, o próximo passo é fundamental para seu sucesso: aplicativos web e desktop para usuários finais e gestores, de fácil absorção e alta disponibilidade, plenamente integrados via banco de dados. E como parte integrante e de importância incontestável para completude da solução, os dados espaciais e não espaciais de interesse – as informações.


Modelo de Dados Espacial

Na definição da solução, o modelo de dados é capaz de conduzir ao sucesso ou ao insucesso dos resultados esperados. Um modelo de dados bem pensado, constituído e elaborado deve abranger em sua plenitude a preocupação com a contínua expansão e com a consistência intelectual. A forma ideal para se garantir o sucesso é estabelecer o melhor relacionamento de fidelidade entre as propriedades físicas do mundo geográfico e as feições modeladas no banco de dados. É conseguir traduzir da forma mais perfeita possível o mundo real em dados vetoriais, tabulares e raster.

Os dados vetoriais devem ter sua origem gráfica nas geometrias básicas: ponto, polilinha e polígono. Cada feição deverá receber suas particularidades representativas e seu conjunto de dados tabulares correspondentes embasados no modelo adotado. A feição (ou feature) pode ser considerada como uma abstração de um fenômeno do mundo real e torna-se uma feição gráfica espacial quando associada a uma localização relativa à Terra.

Ilustração 2
Dados caracterizados através de geometria básica: ponto, polilinha e polígono


O modelo básico de geometria pode ser traduzido facilmente para feições de negócio. O objetivo essencial é representar da melhor forma o mundo real em um sistema informatizado. Os pontos podem representar postes, árvores, telefones públicos, farmácias, hospitais, escolas ou mesmo eventos como ocorrências policiais, veículos monitorados, dentre inúmeros outros itens; as polilinhas podem representar estradas, a rede de saneamento básico, rotas diferenciadas, rios, cabos telefônicos, dentre outros; e, para concluir, os polígonos podem representar bairros, setores censitários, planos diretores, áreas de segurança pública, zonas eleitorais, áreas de preservação ambiental etc. De forma geral podemos representar todo o mundo real através de geometrias básicas.


Aplicativos para Geotecnologia

Aplicativos corporativos devem ter sempre uma característica fundamental: serem simples sempre que possível! As operações devem ser avaliadas e absorvidas de forma gradativa e intuitiva pelo usuário e não dependerem de instalações complexas para garantir seu funcionamento, ou seja, aplicações Web devem ser sempre priorizadas. Informação geográfica entrando intuitivamente através da similaridade com o mundo real e de fácil entendimento, como navegar na Internet. Navegar em busca de uma informação espacial.

De acordo com a necessidade do negócio não se deve descartar os aplicativos desktop, pois são mais robustos para a criação e edição, principalmente dos dados gráficos. Mas em se tratando de ferramenta para apoio à tomada de decisão, nada melhor que um aplicativo gráfico web com relatórios dinâmicos integrados aos temáticos diretamente aplicados aos mapas. Afinal, uma imagem vale por mil palavras; provérbio que traduz muito bem a geotecnologia.

Em linhas gerais, os aplicativos devem viabilizar a criação, visualização, edição, manutenção, gerenciamento e navegação aos dados de interesse e complementares. Dados são pauta primordial na solução e os resultados obtidos a partir deles são fator de decisão para justificar a utilização da geotecnologia. Imagens de satélite, ortofotos, vetores, dados alfanuméricos e todas as feições cabíveis no modelo de negócio proposto são o insumo essencial para as análises espaciais do negócio.


Ilustração 3
Geosite: Aplicativo Web de propriedade intelectual da Digicade Tecnologia

Utilizar uma solução genérica, existente no mercado, não é o melhor caminho em um contexto corporativo. Os aplicativos devem ser personalizados de acordo com a necessidade do cliente, pois a geotecnologia surgiu no mercado como uma ferramenta estratégica para ilimitados segmentos de negócio. Com isso, a implementação da solução vem sempre acompanhada do levantamento das necessidades vigentes na empresa e o desenvolvimento específico para o ótimo atendimento requerido. Essa customização é de grande relevância, pois uma solução adequada tem a cara e a linguagem do cliente.


O insumo primordial: os Dados

Os dados são o insumo essencial para alimentar o sistema. Fazendo uma analogia, eles são o combustível do automóvel, e não importa o tamanho do motor, pois sem o combustível adequado o mesmo não sairá do lugar. Através do modelo de dados adotado é possível analisar os dados para que possa tornar o sistema uma solução com resultados baseados em informações consistentes. Quando bem trabalhados e disponíveis através de uma solução adequada em geotecnologia, dados tornam-se informações quando acessados por um usuário, podendo converter-se em resultados de importância incontestável se manuseadas por gestores.

O processo de adequação dos dados pode ser verificado da seguinte forma macro:
- Coleta, Padronização, Entrada e Validação de Dados;
- Armazenamento e Recuperação;
- Transformação ou Processamento;
- Análise e Geração de Informação;
- Saída e Apresentação de Resultados;

Mais do que informações organizadas, gestores e decisores precisam de dados corporativos: informações acessíveis, seguras, consistentes e confiáveis, sempre com agilidade. O poder da informação é, sem dúvida, indiscutível. O que a geotecnologia vem revolucionando é a forma ágil e fácil na utilização da informação mapeada e a integração dos sistemas tradicionais existentes em função da variável localização.


Uma conclusão para o primeiro passo

Vivemos um momento no qual o conhecimento e a informação perfazem papel central no mundo e que a eficiência tecnológica pode trazer velocidade e ganhos. Em um mercado corporativo e informatizado, a informação, atrelada às tecnologias, passa a ser considerada elemento determinante nas estruturas organizacionais. Porém, tem-se um passo maior a ser dado para garantir o sucesso no mercado: o diferencial é integrar tudo isso em resultados gráficos mapeados. É a geotecnologia como suporte às decisões e ao planejamento estratégico do negócio corporativo.


Eng. Alexandra Hütner, M.Sc.
Vice Diretora Executiva – Digicade Tecnologia
alexandra@hutner.com.br